sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A Geografia explica

Por volta de um ano atrás tive a oportunidade de ler o livro "A Riqueza e a Pobreza das Nações", do historiador inglês David Landes. O livro a cada capítulo vai elaborando temas relevantes que fizeram algumas nações serem ricas e outras pobres, analisando estes fatores sobre variados pontos de vista, como o econômico, histórico e outros.
Logo no início da obra acredito que esteja uma das principais análises, o autor estuda as realidades de diversos países sobre o ponto de vista geográfico. A Geografia aqui não no sentido a que estamos nos acostumando, que trata de aspectos econômicos na maioria das vezes, mas sim aquela geografia dos primeiros anos do ensino fundamental, responsável por estudar acidentes físicos, solos, climas e as relações dos seres com o ambiente.
O autor propõe que um dos fatores constituintes da economia dos países é o clima destes, o que por muitos é visto como uma visão preconceituosa. Basta olhar para o mapa para ver a tamanha dificuldade que é encontrar um país desenvolvido próximo à linha do Equador, isto na visão do autor resultar do fato do clima nestes países ser quente, o que favorece a proliferação de epidemias, mosquitos transmissores de doenças e, ainda, a partir de análises pluviométricas mostra que preciptaçao de chuva nestas regiões é bem maior do que em outras do planeta o que acaba por provocar em muitos casos a perda de plantações. Landes mostra ainda outros fatores que como os que aqui foram mencionados só trazem prejuízos para a populção destes lugares e para o desenvolvimento econômico dos mesmos.
O autor apresenta uma argumentação repleta e convincente para justificar que o clima esta diretamente relacionado ao fato de algumas nações serem tão ricas e outras tão pobres. Para melhor exemplificar a variedade das argumentações cabe citar o exemplo do autor referente ao Equador e a Colômbia, países em desenvolvimento e próximos a linha do Equador, em ambos as principais e mais desenvolvidas cidades, Quito e Bogota, respectivamente, estão em grandes altitudes onde o clima é mais frio, o que dificulta a presença nestas regiões dos fatores negativos das zonas de clima quente. Não prcisa ir muito longe, é só olha para o nosso país e ver a grande diferença econômica das regiões sul e sudeste para norte e nordeste. A América do Sul pode ser outro exemplo onde os países mais desenvolvidos, Chile, Argentina e Brasil, sua região sul e sudeste, localizam-se nas zonas onde o clima é mais temperado.
A argumentação do livro é desprendida de qualquer visão preconceituosa, como aquele ponto de vista deturpado de que as pessoas das regiões quente tendem a ser mais preguiçosas, o autor combate esta falácia afirmando que o que acontece é que nestas regiões o cansaço é favorecido pelo clima impróprio na maioria das vezes ao trabalho e a concentração. Como exemplo utiliza a afirmação do embaixador da Indonésia em Washington que diz se sentir muito mais motivado a trabalhar em cidades como a capital americana, Londres e Moscow do que em Jacarta, onde o clima é quente na maioria das vezes, logo, onde o cansaço se faz mais presente tornando necessária uma sesta, costume também brasileiro, o que acaba por diminuir a produtividade diária do trabalho.
O livro é sem dúvida uma boa leitura.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A nova realidade para Cuba

19 de fevereiro de 2008, chega ao fim o governo de Fidel Castro sobre a ilha de Cuba.
A questão é se o que chegou ao fim foi apenas o governo deste líder, independentemente das divergências de ideais um do maiores líderes já vistos em toda história da humanidade, ou com término do governo deste chega ao seu fim também o regime socialista e não muito democrático implantado naquela ilha do Caribe?
Inúmeros foram os fatores positivos do governo de Fidel para o povo cubano, como exemplo tem-se a educação do povo, segundo os que lá estiveram, e a medicina altamente desenvolvida e de reconhecimento internacional. Acrescendo a estes fatores positivos, há o fato de que Fidel está no poder há muito tempo, chegando ao ponto de 70% da população daquele país no conhecer nenhum outro governo, por outro lado os outros 30% que vivenciram outro regime devem se lembrar mais claramente do governo de Fugêncio Batista, o que não deve trazer à memória boas recordações. Após elencar estes pontos do governo de Fidel e do passado de Cuba, já podemos nos perguntar, será que com a renúncia do líder o enfraquecimento do regime socialista no país seria tão considarável ao ponto de favorecer um imperialismo norte-americano e capitalista na ilha? Deve ser lembrado ainda que agora o atual presidente de Cuba é irmão de Fidel, filho da mesma revoluçao e detentor dos mesmos ideais do irmão. Como conclusão do que até aqui foi escrito é possível pensar que o que vai se passar em Cuba é apenas o fim do governo de Fidel, sua filosifia de governo deve continuar presente, sendo representada por seu irmão, e mais o povo não estaria de braços abertos para aceitar uma interferência estado-unidense visto os beneficios alcançados com este sistema e o longo período em que o mesmo já se faz presente naquela sociedade.
Entretanto, ao se ver a repercução que esta notícia obteve nos meios de comunicação norte-americanos e entre os políticos daquele país e, ainda, a forma como era tratada a notícia é de se perguntar também se a interferência americana sobre a ilha não esta próxima. Basta ter como exemplo a declaração de Barack Obama ao dizer que os E.U.A já podem pensar em reduzir o embargo ecnômico. Reconhecendo todo o poder econômico do qual é detentor os Estados Unidos, podemos, sim, pensar em uma iminente intervenção sobre a ilha. Espera-se, contudo, que esta intervenção seja positiva, levando até Cuba os beneficios de uma economia capitalista, fazendo isso, por exemplo, nos moldes em que os E.U.A atuam em Porto Rico, atualmente o país que mais cresce no Caribe, com boa educação e variados investimentos, mas mais que isso espera-se que o povo cubano seja respeitado e que os E.U.A não venham a repetir erros.
Ainda que com certo grau de incerteza, o futuro de Cuba deve mudar e com ele, provavelmente, um dos últimos resquícios da antiga U.R.S.S, o regime socialista cubano, também pode alcançar seu fim.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Teoria da Dell, Globalização e Desenvolvimento

"O livre-comércio é a diplomacia de Deus. Não há outra maneira segura de unir as pessoas nos laços de paz.". Com esta citação do político britânico, Richard Cobden, Thomas Friedman começa o capítulo de seu livro "O Mundo é Plano" que fala sobre a Teoria da Dell, empresa conhecida por muitos como grande fabricante de computadores.
A frase talvez seja a melhor maneira de sintetizar o que é a Teoria da Dell, segundo a empresa a formação cada vez mais freqüentes de cadeias de produção (a divisão entre diversos países na produção de peças que no final acabam por formar um único produto seria um singelo exemplo) ao redor do mundo, tendo em vista as vantagens proporcionadas por um planeta cada vez mais globalizado, tendem a provocar a redução de conflitos entre países, já que os mesmos devem passar a reconhecer sua dependência recíproca para com os demais.
Para exemplificar os profissionas citam o exemplo das relações internacionais entre China e Taiwan, o histórico de conflitos entre ambos os países passam cada vez mais a fazer parte apenas das páginas dos livros de História, na atualidade o que se vê é a formação de uma mega cadeia de produção que une os dois países nos mais diversos ramos da indústria, sabendo a China que qualquer dano provocado a ilha vizinha pode acarretar problemas para a economia que mais cresce no mundo, o país passa a respeitar seu vizinho e ambos começam a trabalhar juntos, a fim de alcançar o progresso econômico e a partir dele, por que não o progresso da qualidade de vida nestes países?
Melhor do que toda e qualquer tecnologia de guerra alcançada no mundo contemporâneo, os dias atuais, por meio da globalização, nos proporcionam meios pacíficos como este explicitado na Teoria da Dell para redução de conflitos, devemos reconhecer e aproveitar os benefícios deste "mundo plano", na visão de Friedman, para a construção de um planeta melhor e mais desenvolvido para todas as nações.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Direitos Humanos, para quem?

Freqüentemente é noticiado nos meios de comunicação crimes que abalam a sociedade e mostram a pura realidade pela qual passa a nação brasileira. O descaso das autoridades no combate a criminalidade, a impunidade, tanto para o descaso de nossos governantes quanto para os criminosos mais rasteiros que assombram a segurança de cidadãos de bem, o baixo investimento na educaçao entre outros fatores levam a este infeliz resultado, e a cada dia que passa o Brasil continua a formar um "exército de criminosos".
É quase que senso comum o fato de que a solução para os problemas da criminalidade em nosso país vão muito além do mero combate, de caráter imediato, da mesma. Deve-se investir na educação, economia e em todos os demais fatores formadores de um país melhor. O início dos investimentos nesses fatores poderia estar no comprometimento dos políticos e das demais autoridades de qualquer dos poderes estatais, mas para isso acontecer o pensamento do brasileiro deveria mudar, então nos perguntamos: como o pensamento do brasileiro pode mudar para melhor se a quase esmagadora parte da populaçao não recebe educaçao de qualidade ou mesmo nem educação recebem? A partir de então estariamos entrando em ciclo de questionamentos, cabe lembrar, importantes a serem feitos, mas os quais não objetos de análise do texto.
Em suma, tem-se que a solução para os problemas de criminalidade em nosso país são bastante complexos, logo, será que por enquanto devemos continuar aceitando tamanha insegurança em nossas cidades? Não por acaso, em uma pesquisa apresentada no Livro "A Cabeça do Brasileiro", de Alberto Carlos Almeida, foi visto que grande parcela da populaçao nacional apoia punições ilegais, chegando o autor a arfirmar que "A lei do povão é o Talião".
Não quero defender as punições ilegais ou apoiar qualquer tipo de condenação que possa ferir princípios importantes da formação de nossa sociedade e do Direito, apenas questionar: quem o Direitos Humanos deve defender? É notícia quando alguem é violentado ou estuprado em um presídio, nessas horas entram em cena os defensores do Direitos Humanos, é bom ressaltar que tenho todo respeito com estes e reconheço a importância dos mesmos, mas se esquece em muitas das vezes que estes que sofreram qualquer tipo de constrangimentos no presídio estão lá, quase que sempre, por algum motivo. Claro que estes fatos não deveriam acontecer, mas será que isso não é um retrato da realidade do sentimento de insegurança do povo e, obviamente, também dos diversos outros fatores já mencionados.
Questiono, então, será que os Direitos Humanos não deveriam se fazer presentes antes na sociedade brasileira para proteger cidadãos de bem com o mesmo vigor que se fazem presente nos noticíarios para expressar a indignação com as condições carcerárias do Brasil ou com as punições públicas impostas pelo povo?